A Atleta do Mês é o Joel Costa. O Joel é o nosso treinador de Não Seniores, que ajuda a evoluir com indisfarçável orgulho, mas sabendo bem que temos muito orgulho nele. É também um dos atletas mais velhos a subir de categoria, para C, provando que está na flor da idade e que se conseguem feitos incríveis.
Há quanto tempo jogas badminton?
Iniciei a jogar badminton na fase da adolescencia à muitos anos no fim dos anos 70 por brincadeira ao ar livre com os amigos de infancia. Mas oficialmente em competição, bem mais tarde já perto dos 30 anos.
Recordas-te da primeira vez que jogaste? Com quem foi e onde?
Comecei a jogar com cerca de 16 anos com os amigos vizinhos como o Miguel Fonseca e o seu irmão, um primo meu e o meu irmão, por diversão num campo improvisado durante as férias de verão, ainda com raquetes de madeira e volantes de plástico. Por influencia do tio do Miguel Fonseca também jogador de badminton tomamos conhecimento das regras e das dimensões reais do campo.
Chegamos a marcar no chão de terra batida um campo de jogo com medidas oficiais
Chegamos a marcar no chão de terra batida um campo de jogo com medidas oficiais, que completamos com uma rede também oficial comprada entre todos e colocada à devida altura. A nível competitivo comecei no antigo IBC que entretanto deu lugar ao Clube Fãs do Badminton da Escola Soares dos Reis, o actual CBG. Muito recentemente voltei ao recuperado e renovado IBC.
O que mais recordas dessa iniciação? De bom e de mau, se houver.
Depressa descobri que este é um desporto que jogado a sério nada tem que ver com uma atividade ludica e recreativa que se pratica ao ar livre na praia ou no campo. Se por um lado percebemos que é um desporto bonito e atraente, logo percebemos que para chegar mais longe em competição nos espera um longo caminho a percorrer.
Como te vês agora no badminton, relativamente a esse início? Fala-nos da tua evolução.
Foi de facto um longo percurso, o badminton que iniciei era diferente, com outras regras com outros materiais e equipamentos. Era um desporto mais lento, as próprias raquetes bem mais pesadas e com encordoações com muito menor tensão relativamente ás modernas não permitiam desempenhos comparaveis. Foi uma iniciação bem afastada da realidade competitiva. Vejo como o aspeto mais negativo o facto de me ter desligado por largos anos da modalidade, um erro que nunca me permitiu chegar mais longe uma vez que quando recomecei já havia passado a fase de melhor disposição fisica.
Além do aspeto desportivo, como achas que o badminton te ajudou em qualquer outro aspeto da tua vida?
O Babminton ajudou muito no aspeto social, na envolvencia com os amigos atletas. Para além da atividade desportiva, indispensavel a um bom desempenho fisico e mental o espirito de salutar camaradagem que é vivido no clube é uma coisa valiosa que não tem sequer um preço.
Quem foram ou são os teus grandes influenciadores no badminton?
Os meus influenciadores iniciais foram desde logo os meus companheiros de brincadeira como o Miguel Fonseca e os amigos, também o seu tio António Castro que nos ensinou as regras de jogo os primeiros batimentos e nos levou a alguns treinos. Posso também referir que seguidamente também tive o incentivo do Henrique Vidal, bem como com o pai dele e da Professora Amália que chegou a ser minha treinadora no Colégio de Gaia e depois no FBESR.
O teu último título, campeão na Zona Norte, em Par Homem, com o teu parceiro de sempre, Bruno Santos, teve um significado especial para ti?
Foi muito bom. Sem duvida, foi atingir um objectivo que perseguiamos. Na época que agora findou, quase repetiamos a façanha, no entanto alcançamos um outro importante objetivo que foi a subida à categoria C, algo que nunca me havia acontecido. Um grande parceiro, muito competitivo, excelente atleta e amigo.
Como atleta veterano, com encaras esta subida ao escalão C?
Na época passada, eu e o Bruno, podiamos ter subido à categoria C em virtude de termos conseguido o título de campeões zonais. Agora foi diferente subimos pela pontuação no ranking confesso que não estava á espera, é algo inedito, não imaginava com 58 anos alcançar um patamar que nem em tempo de juventude consegui alcançar.
Estive uma vez perto disso, em 2012 quando me sagrei vice campeão nacional também em pares homem. Mas nunca havia acontecido esta subida. Agora o desafio é bem maior nem sei se vai dar para continuar neste escalão por causa da competitividade que este envolve, mas cá estamos para dar o melhor, o caminho segue em frente, depois logo se verá.
Como consegues conciliar o teu cargo de treinador de Não Seniores no Invicta, com ser também atleta?
Esse é o maior desafio. A atividade de treinador deixa muito pouco tempo para eu próprio treinar. Aproveito por vezes para fazer treino treinando os atletas. De resto como treinador vou dar sempre prioridade aos meus atletas. Tenho que salientar o grande apoio familiar que tenho para poder acompanhar os atletas a torneios e eu próprio frequentar a parte da competição. Não é fácil para quem está de fora por vezes perceber o esforço familiar que todo este processo envolve.
Falemos do Invicta Badminton Clube: o que achas que o clube trouxe à modalidade?
O renovado Invicta Badminton Clube veio preencher uma lacuna que havia na cidade do Porto que contava apenas com o CDUP para encaminhar os atletas de badminton para a competição. Havia que aproveitar todo o potencial de atletas que praticavam badminton apenas como lazer através nomeadamente do JAPorto, por outro lado ajudou a libertar um pouco o CBG que já lutava com algum excesso de atletas. Portanto para a modalidade, na região do Porto, foi sem duvida, uma mais valia e uma lufada de ar fresco.
O que dirias a quem está a pensar começar uma atividade desportiva, para convencer a experimentar o badminton?
Diria... Porque não experimentar? O badminton é um excelente desporto, muito completo e dinamico, com uma grande capacidade de envolver as mais diversas idades e com os mais diversos objectivos desde o lazer até à competição, todos podem praticar badminton, dos raros desportos onde os sexos se misturam e podem inclusive competir em equipa.
Por fim: o que dirias aos atletas que estão agora a considerar entrar na modalidade ou que competem há pouco tempo?
Para além dos atletas que legitimamente, apenas procuram o lazer, diria aos que procuram competir, e que procuram algum sucesso, que se trata de um caminho que tem que envolver muito treino, dedicação, esforço e empenho, mas que se conseguirem aliar tudo isso com uma imensa dose de prazer e diversão depressa chegam á conclusão que este é desporto que vão querer para o resto da vida.